China substitui principal negociador comercial em meio à guerra tarifária com os EUA
16/04/2025
(Foto: Reprodução) Li Chenggang, que agora ocupa o cargo, já atuou como ministro assistente do Comércio durante o primeiro governo de Donald Trump e era representante chinês na OMC. Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim
Tingshu Wang/Reuters
A China retirou o vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, de seu cargo como negociador comercial e o substituiu por um ex-representante chinês na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira (16).
Decisão vem em meio a uma escalada na guerra tarifária com os Estados Unidos. (Leia abaixo)
Li Chenggang, de 58 anos, que anteriormente atuou como ministro assistente do Comércio durante o primeiro governo de Donald Trump, assumiu o posto de Wang, de 59 anos. A informação é da agência de notícias Reuters.
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A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao "tarifaço", o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim"
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, nesta sexta os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
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