Colisão de avião e helicóptero: rota, diálogo com torre, atentado, rio congelado; veja as principais dúvidas sobre a tragédia nos EUA
30/01/2025
Jato da American Airlines partiu do Kansas e estava próximo do pouso, quando sofreu acidente com colisão em helicóptero. Ainda não se sabe ainda o que provocou o acidente e autoridades informaram que não acreditam que haja sobreviventes. Veja por outro ângulo colisão entre avião comercial e helicóptero militar nos EUA
Uma colisão no ar, a poucos minutos do aeroporto, sobre um rio congelado, com militares envolvidos e em plena capital da maior potencial mundial.
Uma série de particularidades envolve a batida entre um avião comercial da American Airlines e um helicóptero da Força Aérea dos Estados Unidos, na noite de quarta-feira (29). A colisão aconteceu perto de Washington, a capital dos Estados Unidos, nos arredores da Casa Branca.
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Autoridades ainda não haviam divulgado as causas prováveis da colisão, mas especialistas questionam como uma colisão desse tipo pode ter ocorrido nas circunstâncias e no local onde aconteceu.
Veja, abaixo, as principais dúvidas e o que já se sabe sobre a batida.
O avião e o helicóptero estavam na rota prevista?
Sim, segundo as autoridades. O secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, o avião da American Airlines estava seguindo o plano de voo e não havia nada de incomum na rota do helicóptero antes do acidente.
Duffy afirmou ainda que, antes do acidente, tudo estava dentro do padrão. Ele ressaltou que helicópteros militares dos Estados Unidos voam rotineiramente para cima e para baixo no rio Potomac, onde o acidente aconteceu.
“As trajetórias de voo do avião e do helicóptero não eram incomuns para o que acontece no espaço aéreo de (Washington) DC”.
A torre avisou às aeronaves de que ambas estavam na mesma rota?
Ainda de acordo com o secretário de Transportes, não houve qualquer falha de comunicação entre as aeronaves e a torre de controle de tráfego aéreo.
Áudios da comunicação com a torre de controle foram divulgados logo após o acidente e, neles, o agente da torre alerta o helicóptero militar de que havia um avião na rota e pede que o piloto do helicóptero alterasse o caminho.
"Dê a volta, mantenha a três mil pés agora, voe de volta", diz o controlador ao piloto do helicóptero. No entanto, o áudio não deixa claro se há uma resposta do helicóptero. Na sequência, a torre faz o aviso da colisão.
Apesar disso, o secretário de transportes afirmou que não houve nenhuma falha de comunicação. Mas disse acreditar que o acidente era "absolutamente evitável".
Há a hipótese de terrorismo?
Apesar de a colisão ter ocorrido na capital norte-americana e sem uma causa aparente até agora, autoridades não falaram sobre a hipótese de terrorismo. Mas fontes do FBI disseram à rede de TV norte-americana NBC que a hipótese foi descartada.
Já se sabe a causa da colisão?
Não. Tanto autoridades responsáveis pelo resgate dos corpos quanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disseram ainda não saber o que causou a batida das aeronaves no ar.
Trump, em pronunciamento sobre o caso e em postagem em redes sociais, reclamou da atuação do piloto do helicóptero.
A American Airlines informou que está colaborando com as investigações e que o piloto na aeronave era experiente. O capitão do voo estava há seis anos na companhia e o primeiro oficial estava há dois anos.
Na coletiva, as autoridades informaram que os destroços das aeronaves foram encontrados e que o avião está em três partes no rio, com água acima da cintura. Por isso, entre outras condições, disseram que não há sobreviventes e que agora estão focados no resgate dos corpos.
Como estão as investigações
A investigação principal da colisão já foi aberta e será liderada pela agência de aviação civil dos EUA (a FAA, na sigla em inglês) e pelo Conselho Nacional de Segurança do Transporte dos EUA. O CEO da American Airlines, companhia proprietária do avião envolvido na batida, disse que também vai colaborar com a investigação.
O Pentágono também disse que estava iniciando uma investigação.
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Colisão
As duas aeronaves colidiram próximo ao aeroporto em Washington e, segundo as autoridades, ninguém sobreviveu.
O acidente aconteceu na noite desta quarta-feira (29) depois da colisão de um avião comercial da empresa American Airlines que transportava 64 pessoas, entre passageiros e tripulantes, e um helicóptero militar com três pessoas.
Colisão pouco antes do pouso
O avião envolvido na colisão é um Bombardier CRJ700, com capacidade para 65 pessoas e utilizado para voos regionais. De acordo com as autoridades, era um voo da American Airlines que partiu de Wichita, no Kansas, com destino a Washington.
A batida aconteceu quando o avião estava a poucos metros da pista, momentos antes de pousar. A American Airlines confirmou que se trata de uma aeronave da companhia.
"Estamos cooperando com o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes em sua investigação e continuaremos a fornecer todas as informações que pudermos", disse o CEO da companhia aérea, Robert Isom.
O helicóptero é um modelo Sikorsky UH-60 Black Hawk, usado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos. Segundo o Exército americano, nenhum militar sênior estava a bordo.
Todos os pousos e decolagens foram suspensos no aeroporto, que fica a apenas 6 km do centro de Washington, D.C., onde está a Casa Branca.
Um avião com 64 pessoas a bordo e um helicóptero militar com 3 soldados bateram no ar em Washington, perto de aeroporto
Kevin Wolf/AP
Colisão entre jato comercial e helicóptero mobiliza socorristas em Washington, D.C., em 29 de janeiro de 2025
AP Photo/Alex Brandon
Trump
Em pronunciamento sobre o caso, Trump também acusou ainda as gestões democratas anteriores de terem deteriorado o setor da aviação com contratações abaixo da qualificação exigida e políticas de diversidade.
“Meu governo terá os padrões mais altos na aviação. Temos que ter as pessoas mais espertas. Não importa quem são, de qual cor são ou no que acreditam, é preciso ter talento, talento natural e ser gênios”, disse o presidente no pronunciamento, feito na Casa Branca.