Francês condenado por drogar esposa para que estranhos a estuprassem é interrogado pela Justiça francesa por casos dos anos 1990
30/01/2025
Dominique Pélicot é acusado de um estupro e assassinato em 1991 - que nega - e uma tentativa de estupro em 1999, que ele admitiu depois que seu DNA foi identificado. Desenho mostra testemunho de Dominique Pélicot durante julgamento na França
Benoit Peyrucq/AFP
Dominique Pélicot, condenado em dezembro a 20 anos de prisão por drogar a ex-mulher Giséle por 10 anos para que homens desconhecidos a estuprassem, foi interrogado pela Justiça francesa nesta quinta-feira (30) para dar esclarecimentos sobre dois casos não resolvidos da década de 1990.
O francês, de 72 anos, é acusado de um estupro e assassinato em Paris em 1991 e uma tentativa de estupro nos arredores da capital em 1999.
Durante seu julgamento, entre setembro e dezembro, em Avignon, no sul da França, ele deu mais detalhes sobre os dois casos. Negou veementemente estar ligado ao assassinato e estupro de Sophie Narme em 91, mas admitiu o segundo crime depois que seu DNA foi identificado.
"Em relação a Marion [o pseudônimo da vítima da tentativa de estupro em 1999], trata-se de mim. Tirei a camiseta, os sapatos e as calças dela, mas não fiz nada", afirmou ele, diante das perguntas de vários advogados dos outros 50 réus.
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As semelhanças no modus operandi são grandes entre o caso de Sophie e Marion. As duas vítimas eram jovens agentes imobiliárias de 23 anos, que foram abordadas por um homem que usava um nome falso para visitar um apartamento.
Ambas também foram despidas da mesma maneira e, no local do crime de Sophie Narme, havia um forte cheiro de éter, a substância usada para agredir Marion em 1999.
"É um reconhecimento muito parcial", disse a advogada de defesa de Dominique, Béatrice Zavarro, a jornalistas antes do início de seu interrogatório.
Advogada de defesa de Dominique Pélicot
Bertrand GUAY / AFP
As datas de ambas as agressões são bem anteriores ao início dos estupros com submissão química que ele cometeu entre 2011 e 2020 contra sua esposa. Esse intervalo de tempo gera temores de outras possíveis vítimas nesse período.
Contatada pela AFP, Florence Rault, uma advogada que representa as partes civis nos dois casos não resolvidos, disse que estava aguardando o final do interrogatório antes de comentar.