Governo Trump revoga status de proteção para venezuelanos: 'Sacos de lixo', diz secretária
29/01/2025
Em entrevista à Fox News, chefe do Departamento de Segurança Interna disse que americanos querem 'esses sacos de lixo fora'. Biden havia prorrogado proteção para 600 mil pessoas. Kristi Noem, secretária de Segurança Interna, durante operação contra imigrantes em Nova York
X/@Sec_Noem
O governo de Donald Trump revogou nesta quarta-feira (29) uma extensão do Status de Proteção Temporária (TPS) para venezuelanos determinada por Joe Biden pouco antes de deixar o cargo. A medida permitia que mais de 600 mil pessoas vivam e trabalhem nos Estados Unidos.
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"O povo deste país quer esses sacos de lixo fora. Eles querem que suas comunidades estejam seguras", disse a secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS), Kristi Noem, ao anunciar a decisão na Fox News.
"Interrompemos isso. Hoje assinamos uma ordem executiva" no DHS estipulando que "não íamos seguir com o que ele fez para amarrar nossas mãos", complementou, referindo-se ao seu antecessor, Alejandro Mayorkas.
"Supunha que poderiam ficar aqui e violar nossas leis por mais 18 meses", mas "vamos seguir o processo e avaliar todos esses indivíduos que estão em nosso país", insistiu.
Em 10 de janeiro, dia da posse presidencial de Nicolás Maduro em Caracas, o governo Biden prolongou o TPS por 18 meses para os venezuelanos "devido à grave emergência humanitária que o país continua enfrentando devido às crises políticas e econômicas".
Com isso, os venezuelanos teriam status de proteção até outubro de 2026.
O TPS é um programa estabelecido pelo Congresso para cidadãos estrangeiros que não podem retornar de forma segura ao seu país devido a desastres naturais, conflitos armados ou outras condições extraordinárias.
De acordo com o Pew Research Center, havia 1,2 milhão de pessoas elegíveis para o TPS ou que já haviam se beneficiado do programa até março de 2024, sendo os venezuelanos o grupo mais numeroso.
Assim que assumiu o cargo, há pouco mais de uma semana, Trump declarou emergência nacional na fronteira com o México e começou a destruir o legado de Biden em todos os setores com uma série de decretos.
O republicano acabou com a permissão de permanência temporária concedida a imigrantes de Venezuela, Cuba, Haiti e Nicarágua que tenham um patrocinador nos Estados Unidos. O novo presidente também desativou o "CBP One", que permitia agendar uma entrevista para pedidos de asilo.
Trump também reativou o programa "Fique no México", implementado em seu primeiro mandato, para que os imigrantes aguardam o desfecho do processo migratório do outro lado da fronteira.
O republicano ordenou operações de busca de imigrantes, o que já resultou na prisão de centenas de pessoas. Segundo a imprensa americana, alguns dos detidos não têm antecedentes criminais.
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Trump prometeu expulsar primeiro os migrantes em situação irregular com antecedentes criminais. No entanto, na terça-feira (28), a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o governo considera "criminoso" qualquer pessoa que tenha entrado "ilegalmente nos Estados Unidos".
Muitos desses imigrantes são latino-americanos que fugiram da pobreza e da violência.
As organizações de defesa dos imigrantes e os democratas protestaram, mas a secretária Kristi Noem os acusa de querer proteger as gangues.
"Estão completamente desconectados das pessoas de suas cidades e comunidades", afirmou à Fox.
"O que esses líderes democratas estão dizendo é 'queremos proteger os cartéis, queremos proteger as gangues, queremos garantir que as pessoas continuem morrendo por armas, violência e drogas'", declarou.
Estatísticas oficiais do FBI indicam que os crimes violentos diminuíram nos Estados Unidos nos últimos anos.
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