Mãe adotiva investigada por maus tratos é suspeita de trocar adolescente por macaco nos EUA
16/04/2025
(Foto: Reprodução) Mulher de 70 anos manteve ao menos 200 crianças como filhos adotivos ou em regime temporário, segundo promotor. Segundo ele, a menor foi resgatada e está vivendo em um lar coletivo. Mulher acusada de trocar filha adotiva por macaco
Lincon County Sheriff's Office/Divulgação
Uma mulher do Missouri, nos EUA, é suspeita de ter trocado uma filha adotiva por uma macaco. Ela está sendo investigada por abuso infantil e por também maltratar outras crianças sob seus cuidados.
A mulher de 70 anos, moradora da cidade de Winfield, está presa com uma fiança fixada em US$ 250 mil (R$ 1,46 milhão).
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Nenhum advogado está listado como representante da mulher nos registros judiciais on-line. Winfield, uma cidade de cerca de 1.500 habitantes, fica a aproximadamente 72 km a noroeste do centro de St. Louis.
O promotor do condado de Lincoln, Mike Wood, disse que a mulher foi mãe adotiva ou temporária de cerca de 200 crianças ao longo de mais de uma década.
Seu gabinete diz ter recebido relatos de que algumas dessas crianças sofreram abusos físicos e emocionais semelhantes aos da adolescente que está no centro do caso.
Espancamentos
A adolescente contou às autoridades que era espancada com pedaços de madeira, sapatos e uma palmatória, segundo um detetive do Departamento do Xerife do Condado de Lincoln. Ela disse que tentou contar a outras pessoas o que estava acontecendo, mas ninguém acreditou nela.
Em fevereiro, um policial que trabalhava como agente de segurança escolar no Missouri foi informado sobre a ausência da menina nas aulas, segundo a mesma declaração. Durante a investigação, o policial ouviu um boato de que a menina havia sido trocada por um animal exótico com alguém no estado do Texas.
O policial pediu às autoridades do Texas que verificassem a situação da menina. Os serviços de proteção à criança no Texas a colocaram sob custódia protetiva, e Wood disse que ela está bem, vivendo em um lar coletivo no estado.
Wood afirmou que a suspeita e a mulher com quem a menina estava no Texas se conheciam porque ambas possuem animais exóticos. Ele disse que duas testemunhas se apresentaram e afirmaram ter sido solicitadas a levar a menina para o Texas e retornar com um macaco.
Ele disse que os investigadores ainda estão tentando determinar se isso foi apenas uma piada ou se a troca realmente ocorreu.
"Há fumaça nesse caso", disse Wood. "Precisamos descobrir se há fogo, e isso vai levar um tempo. Mas pelo menos duas testemunhas disseram que isso aconteceu. Por mais louco que pareça, já tivemos alguns casos de tráfico de pessoas no passado, então estamos tratando isso com seriedade."
De acordo com a investigação, a menina relatou que a mulher com quem ficou no Texas trabalhava fora da cidade e a deixava sozinha por dias para cuidar dos animais exóticos. A menina disse que não sofreu trabalho forçado nem abuso sexual.
A mulher contou a um detetive que era amiga da mãe adotiva da menina e a acolheu para que as duas ficassem um tempo distantes, para resolver suas diferenças. Segundo Wood, a menina ficou lá por mais de um mês. Quando as autoridades entrevistaram a mulher do Texas, ela disse que não queria mais a menina em sua casa, mas que a mãe adotiva não fez arranjos para buscá-la, segundo a declaração.
Os documentos judiciais descrevem as condições de vida da menina no local como insalubres e afirmam que ela não era supervisionada adequadamente.
Denúncias ignoradas
O gabinete do promotor afirmou, em uma publicação no Facebook, que mais acusações devem ser feitas.
Em entrevista, Wood disse que seu escritório descobriu que houve cerca de 250 chamadas para a linha direta de abuso infantil relacionadas à casa da mãe adotiva ao longo de cerca de 15 anos. Mesmo assim, ele afirmou que não havia registros criminais contra a residência.
Ele também observou que a menina continuou morando na casa mesmo após o Departamento de Serviços Sociais do Missouri ter recebido uma denúncia em novembro de que ela estava sendo abusada.
"Aparentemente, houve uma falha sistêmica em algum ponto, e estamos investigando para entender o que aconteceu, como isso pode ser corrigido e, se houver comportamento criminoso associado, também iremos investigar", disse Wood.
Baylee Watts, porta-voz do Departamento de Serviços Sociais do Missouri, não forneceu informações sobre o caso, afirmando por e-mail que "informações relacionadas a investigações específicas de abuso e negligência infantil são sigilosas e confidenciais conforme a legislação do Missouri, exceto em circunstâncias muito limitadas".
VEJA TAMBÉM
Agentes de imigração prendem estudante palestino nos Estados Unidos